TOXINA BOTULINICA TIPO A

     
Ressaltamos que estamos capacitados para realizar as aplicações de Toxina Botulínica Tipo A (TB-A) é uma neurotoxina produzida pelo Clostridium botulinum. A TB-A interfere com a transmissão neuronal por bloqueio da liberação de acetilcolina, que é o principal neurotransmissor da junção neuromuscular, levando à fraqueza e atrofia dos músculos estriados 15,16. Por esta ação é usada em condições em que ocorre uma atividade muscular exagerada, como é o caso das distonias.
     A
TB-A injetada perifericamente pode também interferir em mecanismos centrais. O primeiro é através de desnervação química de neurônios gama para fibras intrafusais levando à redução de estímulos aferentes pro- venientes dos fusos para a medula. O segundo mecanismo seria por remo- delação das vias sensório-motoras centrais, por alteração do processo de retroalimentação da região muscular injetada 5,6.
    O uso da
Toxina botulínica(TBA) na espasticidade iniciou há mais de uma década, porém os estudos iniciais, na sua maioria, envolviam múltiplos diagnósticos, músculos isolados, doses baixas e fixas e instrumentos não validados para medida de tônus e seguimento. Mais recentemente, vêm sendo realizados estudos 8-10 com padrões de musculos injetados mais defenidos, combinações de sinergistas, doses maiores diluição padrão, seleção mais adequada de pacientes e utilização de técnica de localização.
   Outro aspecto importante foi a melhora na descrição dos seguimentos com incorporação de metas específicas para pacientes e medidas fisiológicas 11. Crianças com paralisia cerebral têm a hipertonia espástica como uma de suas características e um de seus problemas funcionais. Correlação entre a progressão das deformidades e o prognóstico cirúrgico e funcional já foi demonstrada 12-14. A maioria dos estudos placebo-controlados em crianças com espasticidade em membros inferiores demonstrou melhora da marcha, de gasto energético e diminuição do tônus.
   Os efeitos colaterais geralmente são limitados à dor no local da injeção 15-21. Mais recentemente estudos mostram os mesmos benefícios em membros superiores 22-28. Nos pacientes com TCE e AVC existem evidências, baseadas em estudos multicentricos controlados randomizados, dos benefícios da TBA nos membros superiores 21,29-35 e inferiores, com aumento da velocidade da marcha, diminuição do tônus, redução da dor, melhora funcional e dimi- nuição do clônus 8,36-38. Nos pacientes com esclerose múltipla e trauma- tismo raquimedulares, ocorrem redução da dor, aumento da amplitude articular e maior facilidade para higiene 39,40.

   
CLÍNICOS: Serão incluídos no protocolo de tratamento:
A) Portadores de espasticidade decorrente de:
     - Hemiplegia espástica
     - Paralisia cerebral espástica
     - Esclerose múltipla
     - Paraplegia espástica
     - Tetraplegia espástica
     - Seqüela de doenças cerebrovasculares
     - Seqüela de traumatismo da cabeça.

B)Portadores de hiperatividade muscular de agonistas ou antagonistas de forma focal(músculos localizados) ou regional (grupos musculares) que produza comprometimento da função (atividades de vida diária) ou dor.

C) Pacientes que apresentarem falha dos métodos conservadores(exercicios, órtese de posicionamento e medicação antiespástica) na manutenção da amplitude de movimento com risco de deformidade.

D) Pacientes com sensibilidade tátil e dolorosa na região em que será utilizada a medicação.

E) Pacientes que mostrarem efeitos adversos, falha ou contra indicação da medicação oral no controle da espasticidade.

F) Pacientes ou familiares capazes de assegurar que o seguimento do tratamento será mantido e que a monitorização dos efeitos adversos será adequadamente realizada tanto pela família como pelo médico prescritor e que, se submeterá aos procedimentos de reabilitação complementares prescritos pelo médico(cinesioterapia, órteses ou outro).